¿Por qué dormimos menos al envejecer?

Por que dormimos menos à medida que envelhecemos?

Mike Munay

A ciência por detrás da deterioração da qualidade do sono

Provavelmente já reparou, ao observar pessoas mais velhas, ou aquelas que se aproximam da velhice, que estão a dormir cada vez menos horas. Mas não menos horas no geral, pois provavelmente dormem bastante ao longo do dia, mesmo com várias sestas. Estamos a referir-nos a menos horas consecutivas durante a fase principal do sono, à noite.

É um processo progressivo, gradual e lento, mas que afeta a maioria dos idosos. Embora uma pessoa jovem e ativa possa dormir sem interrupções durante 8, 9, 10 ou mais horas (se puder pagar), é raro ver idosos a dormir mais de 6 horas seguidas.

Neste sentido, existem múltiplos fatores que podem influenciar a duração e a qualidade do sono, mas há um que está intrinsecamente relacionado com o envelhecimento e tem um impacto direto: a produção de melatonina.

A melatonina é uma hormona produzida pela glândula pineal do cérebro humano e é produzida a partir do triptofano, um dos 9 aminoácidos essenciais do corpo humano.

Os aminoácidos essenciais são blocos de construção essenciais que os nossos corpos não conseguem produzir sozinhos; só nos chegam através da alimentação. Entre eles, o triptofano é um elo crucial: sem ele, o mecanismo que produz a melatonina não consegue funcionar. A ligação é clara: uma alimentação equilibrada promove a produção desta hormona e, com ela, a possibilidade de um sono profundo. E embora uma boa alimentação não o impeça de dormir menos horas seguidas ao longo dos anos, pode atrasar esta mudança, dando-lhe mais tempo para desfrutar de noites longas e tranquilas.

No regresso ao sono, a melatonina está intimamente ligada ao ritmo circadiano, o relógio interno que sinaliza a hora de dormir e a hora de acordar. Na prática, quando a produção de melatonina diminui, o organismo sinaliza o início da vigília mais cedo: a noite "encurta", mesmo que não tenhamos descansado o suficiente. O resultado é claro: menos melatonina significa que o sono tende a ser interrompido mais cedo, reduzindo o número de horas consecutivas que conseguimos dormir.

Este processo de envelhecimento cria um ciclo vicioso: com menos melatonina, o sono torna-se mais curto; com menos sono, a recuperação física e mental é prejudicada; e este desgaste, por sua vez, acelera o envelhecimento, reduzindo ainda mais a produção de melatonina. E assim a roda continua a girar.

É por isso que é comum ver os idosos a sentirem-se muito cansados, pois a qualidade do sono piora com a idade, pois acordam cada vez mais cedo. É por isso que é fácil ver os avós a adormecer com muita facilidade em qualquer situação.

Reflexão

Cuide do seu descanso e da sua alimentação para envelhecer bem e o mais tarde possível. Se quiser consumir alimentos ricos em triptofano, experimente proteínas animais, produtos lácteos, leguminosas, nozes e soja.

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